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sexta-feira, 16 de março de 2018

CELEBRAR ANTÓNIO SARDINHA, OU A ANTÍTESE DO LUGAR PARA ONDE QUERO IR


Celebrar António Sardinha, ou a Antítese do Lugar onde quero ir” – por Paulo Mendes Pinto, in Público, 15-03-2018
Tenho direito a não me identificar e a pedir que não me obriguem a ler este nome na placa identificativa de uma artéria lisboeta.
“Cada época tem a sua visão, as suas narrativas sobre os acontecimentos, sobre o fluir e sobre as personagens. Cada ideologia distribui prémios e afasta incómodos. Reescrevemos o passado de acordo com as vontades do presente. Mas estas alterações ao sabor dos ventos dominantes são interessantes. Mostram um certo pulsar social e político. Dão-nos uma visão de como a heroicidade pode, por um decreto, ser transformada em crime de lesa-pátria.
E, por vezes, há crimes que não são de lesa-pátria, mas sim de lesa-humanidade. Há avanços que civilizacionalmente fazemos e que não queremos abandonar, nem dar, sequer, possibilidade de mostrar que estamos bem como estamos. Não, no que respeita ao respeito pelo outro, no que respeita ao Humano, não podemos pensar que o adquirido é, de facto, adquirido.
Neste que é ano em que comemoramos os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, não nos podemos contentar com distrações, com ausências e com silêncios. Há que consolidar estes princípios de valorização do ser humano, da sua diversidade, do direito que cada um de nós tem em ter as suas ideias, as suas pertenças, as suas identidades.
Há poucas horas descobri que em Lisboa há um topónimo que recorda António Sardinha , integrista, antiliberal, antimaçónico, anti-tudo-o-que-de-liberdades-defendemos. Por fim, foi talvez o maior mentor, a base, do antissemitismo em Portugal. Foi dado no início do Estado Novo; mas ainda existe.
Os primeiros laivos verdadeiramente antissemitas em Portugal, na mais correta aceção da palavra, encontramo-los próximos de um quadro ideológico e nacionalista muito específico, nos grupos que se vão organizando na década de 10 do séc. XX contra a implantação da República, grupos monárquicos, antiliberais e antimaçónicos. Talvez o primeiro autor panfletário antissemita tenha sido Mariotte, i.e., o P.e Amadeu de Vasconcelos, que em 1913 escreveu Os Meus Cadernos, onde vituperava contra a “raça maldita”, os judeus.
Mas o ano de 1914 seria um ano bastante importante na formulação do antissemitismo português. Hipólito Raposo publicava a Nação Portuguesa e António Sardinha, que nos traz aqui, em edição de autor, publicava O Sentido Nacional de Uma Existência/António Thomaz Pires e o Integrismo Lusitano. Sardinha vocifera contra toda a mistura de gentes que os Descobrimentos implicaram, dando especial destaque à “porca infeção hebraica, de que não escapámos incólumes” (p. 41). Sardinha, o “paladino do antissemitismo lusitano”, nas acertadas palavras de Jorge Martins, defende o monarca D. João III na sua luta pela instalação da Inquisição em Portugal e demonstra a necessidade e vantagens desse tribunal religioso perante as “influências do morbo judengo”.
Sardinha seria um autor com uma produção continuada no campo do ódio contra os judeus. No ano seguinte, em 1915, daria ao prelo a obra O Valor da Raça. Nesta obra, que se destinava a concurso para professor da Faculdade de Letras de Lisboa, Sardinha revelava uma total ignorância da história judaica, assim como da própria Pré-História humana, que aqui usava para definir uma “raça lusa”. Misturando referências à Atlântida, Sardinha defendia uma homogeneidade étnica e territorial com base na mais distante antiguidade. No ano seguinte, reforçaria esta tese com o texto “O território e a raça” incluído na obra A Questão Ibérica, no qual argumentava ainda mais veementemente a origem atlante da raça lusitana. Mais tarde, no Glossário dos Tempos, editado em 1942, Sardinha diria que a raça lusa era a última barreira ao “alastramento semita” (p. 162).
No seu ideário, Sardinha associava os judeus à maçonaria. Em 1940, no livro Ao Princípio Era o Verbo, acusa o Marquês de Pombal de ser a origem de toda uma linha de degenerescência e de assalto à natureza cristã da identidade, bem como o liberalismo de ser uma “forma espiritual do semitismo” e o capitalismo uma “inegável extração talmúdica” (p. XXII-XXIV).
Citamos o fim de um seu soneto, “Madre Inquisição”, retirado da obra editada em 1937, Pequena Casa Lusitana, na medida em que mostra da melhor forma o pensamento radical de Sardinha, defendendo e desejando a Inquisição:
Ó santa Inquisição, acende as chamas!
E no fulgor terrível que derramas,
Vem acudir à pátria portuguesa!
(p. 122)

Palavras para justificar esta afirmação podemos tê-las na leitura dos tempos. É a época, sim. Mas não somos nós, hoje. E é aqui, na tensão entre o que foi e o que quero passar para o futuro, que eu me tenho de posicionar como cidadão e como pai. Sim, António Sardinha existiu, como muitos outros antissemitas portugueses. Mas quero valorizar tudo o que ele abominava: o judeu, o muçulmano, o protestante, o ateu, o maçon, o liberal, o republicano. O meu mundo é cosmopolita e é esta diversidade que eu quero passar como legado ao futuro.

Hoje eu não me identifico com movimentos como o que Sardinha defendia e alimentou. Hoje, a sociedade em que eu vivo e que pretendo deixar para os vindouros é de Igualdade, de Fraternidade e de Diálogo. Sobretudo, é de Respeito. Tenho direito a não me identificar e a pedir que não me obriguem a ler este nome na placa identificativa de uma artéria lisboeta, cidade que desde o século XV foi de “muitas e desvairadas gentes”, como afirmava Damião de Góis, outro perseguido pela Inquisição que Sardinha desejava.

Lisboa representa exactamente o oposto de António Sardinha

Celebrar António Sardinha, ou a Antítese do Lugar onde quero ir – por Paulo Mendes Pinto, jornal Público, 15 de Março de 2018, pp. 54/55 – com sublinhados nossos.



J.M.M.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

REVISTA "NAÇÃO PORTUGUESA" – ÓRGÃO DO INTEGRALISMO LUSITANO


NAÇÃO PORTUGUESA. [Pola Ley e Pola Grey]. Revista de Filosofia Política [depois, Revista de Cultura Nacionalista] [Órgão do Integralismo Lusitano]; Editores: França e Arménio (Arco de Almedina, 2-4, Coimbra; Impressão: Tip. Teixeira de Mário Antunes Leitão (Rua da Cancela Velha), Porto; 1914-1938, XI Séries:

- I Série, no 1 (8 de Abril de 1914) ao no 12 (Novembro de 1916); Dir. Alberto de Monsaraz (Secretário, Nuno de M. Teixeira) [NOTA: A revista “Nação Portuguesa” interrompe-se, sendo substituída pelo diário integralista da tarde “A Monarquia” – 12 de Fevereiro de 1917, com Alberto de Monsaraz na direcção e redactor-chefe, João do Amaral -, reaparecendo depois em Julho de 1922, já sob a direcção de António Sardinha]; Composição: Rua Serpa Pinto, 38, 2o; Impressão Largo do Calhariz, 29 e a partir do no 8 (Junho 1915) na Tip. Minerva, Av. Trovisqueira, Famalicão;

- II Série [subtítulo: “Revista de Cultura Nacionalista"], no 1 (Julho de 1922) ao no 12 (1923);Dir. António Sardinha (Secretario, Domingos de Gusmão Araújo); [NOTA: Alfredo Pimenta sai, em 1924, formando a Acção Realista Portuguesa]; Editor: J. Fernandes Júnior; Propr: a partir do no 2, Empresa da “Nação Portuguesa” e a partir do no5 (Novem 1922), da “Sociedade Integralista Editora, Lda”; Composição: largo do Directório, no8, 3o; Impressão: Largo do Calhariz, 29 [no no 9 – por dificuldades (!?) de tipografia – e no no 12, na Typ. Tirsense, Santo Tirso];

- III Série [subtítulo: “Revista de Cultura Nacionalista"], no 1 (1924) ao no 12 (1926); Dir. António Sardinha [apenas nos 2 primeiros números, tendo, pela morte de A. Sardinha a 10 de Janeiro de 1925, assumido a direcção da revista Manuel Múrias e Rodrigues Cavalheiro (no3) no lugar de secretário] (Secretário, Manuel Múrias); Editor e Propr.: J. Fernandes Júnior; Impressão: Rua da Horta Seca, 7, Lisboa [no seu no3, na Imprensa Beleza, R. da Rosa, 99-107, Lisboa];

- IV Série [subtítulo: “Revista de Cultura Nacionalista"], de 1926 a 1928; Dir. Manuel Múrias (Secretário, Marcelo Caetano, a partir de Novembro de 1927); Editor e Propr.: J. Fernandes Júnior; Redacção: Largo do Directório, 8, 3o; Impressão: Imprensa Beleza, R. da Rosa, 99-107, Lisboa;

- V Série, no1 (Julho de 1928) ao no12 (Junho de 1929); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Marcelo Caetano); idem

- VI Série, no1 (1929) ao no12 (1931); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Marcelo Caetano);
DEPOIS, a revista passa a publicar-se em volumes:

- Volume VII, no1 (1932) ao no 12 (1933); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);

- Volume VIII, 1933 a 1934 (seis fasc.); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);

- Volume IX, 1934 (seis fasc.); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);

- Volume X, 1936 a 1937 (seis fasc.); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);

- Volume XI, 1937 a 1938 (seis fasc.); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);
[Alguma] Colaboração/Artigos: A. Botelho da Costa Veiga, Adriano Xavier Cordeiro, Afonso Lopes Vieira, Afonso Lucas, Alberto de Monsaraz, Alfredo Pimenta, Álvaro Maia, Amadeu de Vasconcelos (Mariotte), António Ferro, António Pedro, António Sardinha (António de Monforte), Ayres de Ornelas, Augusto da Costa, Avelino Soares, Bettencourt Rodrigues, Caetano Beirão, Carlos Malheiro Dias, Carlos de Passos, Castelo Branco Chaves, Cunha Saraiva, D. Luís de Castro, Domingos Garcia Pulido, Domingos de Gusmão Araújo, Eduardo Brasão, Feliciano Ramos, Fernando Amado, Fernando Campos, Fernando Pires de Lima, Ferreira Deusdado, Francisco L. Vieira de Almeida, Francisco de Sousa Gomes Veloso, Francisco Vieira de Almeida, Gonçalves Cerejeira, Gustavo Ferreira Borges, Henrique Galvão, Hipólito Raposo, J. Lúcio de Azevedo, João do Amaral, João Ameal, João de Castro, João da Rocha Páris, José de Azevedo Castelo Branco, José Osório de Oliveira, José Rebelo, Luís de Almeida Braga, Luís Cabral Moncada, Luís Chaves, Manuel Múrias, Marcelo Caetano, Mário de Albuquerque, Martinho Nobre de Melo, Mussolini, Nuno de Montemor, Pedro Teotónio Pereira, Pequito Rebelo, Rodrigo de Sá Nogueira, Rodrigues Cavalheiro, Rolão Preto, Silva Rego, Simeão Pinto Mesquita.
► Precedida pela revista “Alma Portuguesa” [Lovaine, 1913] - onde aparece pela primeira vez a expressão “Integralismo Lusitano” sob a pena de Luís de Almeida Braga - e pelos “Meus Cadernos” (1913-1916), de Mariotte [aliás, padre Amadeu de Vasconcelos], a revista “Nação Portuguesa” assume o projecto e a “direcção do movimento de que foi órgão” [cf. Carlos Ferrão, O Integralismo e a República, vol. I] - o “Integralismo Lusitano” [de 1914 a 1922, ano em que a sua Junta Central decreta a auto-dissolução do movimento].
[“O Integralismo Lusitano, como o seu nome indica, pretende reformar integralmente a vida social portuguesa (…) não somos retrógrados, nem somos conservadores – não queremos voltar atrás, nem conservar o que está -; somos, sim, reaccionários e renovadores, - reagimos contra o presente tal qual é e desejamos restabelecer, não o passado que tivemos, mas o presente que hoje teríamos, se influências não portuguesa nos não houvessem desviado do rumo natural da nossa evolução” (Alberto Monsaraz), in Raul Proença. Polémicas, org. Daniel Pires, 1988]
Nacionalista, doutrinariamente antiliberal e anti-parlamentar, contra a Democracia e a República, o Integralismo Lusitano decalca a “Action Française” [com evidentes conflitos com o então exilado maurrasiano Mariotte], embora muitos pretendam - em escusa do alto pensamento intelectual e filosófico evidenciado (?) pelo escol, putativamente encarnado na figura recorrente de António Sardinha ou em textos de Hipólito Raposo e outros bons espíritos da época - não ter nenhum fundamento. Como, aliás, a germanofilia assumida de António Sardinha é, de igual modo, e para os seus apaniguados, não provada.
O Integralismo apoia o Sidonismo, participa na revolta de Monsanto (1919) e na Monarquia do Norte, acolhe esperançoso o “28 de Maio”. Ao mesmo tempo desvincula-se da obediência a D. Manuel II. Extingue-se em 1932, integrando-se na Causa Monárquica, se bem que o seu ideário se tenha mantido ao longo de gerações, configurando uma curiosa mixagem de teor neo-integralista.
Diga-se que o seu “organicismo tradicionalista” estabelece um conflito com a corrente salazarista [muitos integralistas são demitidos de cargos públicos, como Hipólito Raposo, Afonso Lucas; ou presos, caso de Hipólito Raposo, César de Oliveira; deportados, como o mesmo Hipólito Raposo e Rolão Preto; ou passado á oposição, como Rolão Preto, Pequito Rebelo ou Luís de Almeida Braga], passe o facto de muitos se terem submetido a Salazar (como Costa Leite, Marcelo Caetano, Manuel Múrias, Pedro Teotónio Pereira). Curiosamente, Pequito Rebelo considera [cf. José Manuel Quintas, Filhos de Ramires, 2004, p. 19] que “o salazarismo viria a ser um integralismo pervertido e invertido porque democratizado (embora sob a espécie da democracia cristã) e maçonizado”, contrariando a tese avançada por Braga da Cruz [idem] para quem o salazarismo era uma “democracia-cristã pervertida e invertida, porque integralizada e fascizada”.
[ALGUMAS OBRAS A CONSULTAR]: António Costa Pinto, “A formação do integralismo lusitano 1907-17”, revista Análise Social, 72-73-74, 1982 | António Sardinha, “Ao Principio era o verbo”, 1939 | Carlos Ferrão, “O Integralismo e a República”, III vols, | Cecília Barreira, “Sindicalismo e integralismo: o jornal A Revolução 1922-23”, revista Análise Social, 67-68, 1981 | Cecília Barreira, “Três nótulas sobre o integralismo lusitano”, revista Análise Social, 72-73-74, 1982 | Jacinto Ferreira, “O Integralismo Lusitano. Uma doutrina política de ideias novas”, 1991 | João Medina, “Salazar e os Fascistas”, 1978 | José Manuel Quintas, "Filhos de Ramires. As origens do Integralismo Lusitano”, 2004 | Manuel Braga da Cruz, “As origens da Democracia Cristã e o Salazarismo””, 1980 | Manuel Braga da Cruz, “Monárquicos e Republicanos no Estado Novo”, 1986 | Mariotte (Amadeu de Vasconcelos), “O Nacionalismo Rácico do Integralismo Lusitano”, 1917 | Miguel Dias Santos, “A Contra-Revolução na I República (1910-1919)", Impr. U. Coimbra, 2010“ | “Raul Proença, “Obra Política de Raul Proença”, Seara Nova, 1972 | Raul Proença, “Polémicas”, D. Quixote, 1988 | ...| ...|]
J.M.M.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

LVSITANIA – REVISTA DE ESTVDOS PORTVGVSES


LVSITANIA – REVISTA DE ESTVDOS PORTVGVSES, Lisboa, Janeiro de 1924 a Outubro de 1927, X fasc, 492 pgs

► "Para além da alta importância que têm, ainda hoje, artigos eruditos como, logo na abertura da revista, o da directora acerca do judeu Uriel da Costa; ou os dois volumes temáticos – o camoniano e o in memoriam da, entretanto, falecida mentora da revista –; é de chamar a atenção para a polémica aí fervilhante entre António Sérgio e António Sardinha e que se estendeu às páginas da Seara Nova e da Nação Portuguesa.

Contam-se entre os colaboradores da Lvsitania, por exemplo, Jaime Cortesão, Ricardo Jorge, Afonso Lopes Vieira, Jaime de Magalhães Lima, Reinaldo dos Santos, Joaquim de Vasconcelos, Pedro de Azevedo, Wenceslau de Morais, Manuel da Silva Gaio, J. Leite de Vasconcelos, etc."
via FRENESI
J.M.M.

terça-feira, 8 de maio de 2007

REVISTA "ORDEM NOVA" [1926-1927]


Ordem Nova

Revista Mensal Anti-Moderna, Anti-Liberal, Anti-Democrática, Anti-Burguesa e Anti-Bolchevique. ORDEM NOVA Contra-Revolucionária; Reaccionária; Católica, Apostólica e Romana; Monárquica; Intolerante e Intransigente; Insolidária com Escritores, Jornalistas e quaisquer profissionais das letras, das artes e da imprensa. Lisboa, Ano I, no 1 (Março de 1926) ao no 12 (Fevereiro de 1927). Director: Marcello Caetano.

Redactores fundadores: Albano Pereira Dias de Magalhães e Marcello Caetano. Secretario e editor: J. Fernandes Júnior. Redacção: Rua do Norte, 57, Coimbra. Administração: Largo do Directório, 8, 3o, Lisboa. Propriedade de José Fernandes Júnior

Colaboração: A. Rodrigues Cavalheiro, Adriano Pimenta da Gama, Afonso Domingues, Afonso Lopes Vieira, Albano Pereira Dias de Magalhães, Alberto Baptista Alvares, Albino Neves da Costa, Amadeu Pereira, António Gonçalves Rodrigues, António Sardinha, César de Oliveira, Domingos de Gusmão Araújo, José Augusto Vaz Pinto, José Luís da Silva Dias, José Manuel da Costa, Leão Ramos Ascenção, Marcello Caetano, Manuel Múrias, Mário de Albuquerque, Nuno de Montemór, Pedro Teotónio Pereira, Ribeiro da Silva.

"E para que não restem duvidas nenhumas sobre o que nos queremos, parece-nos oportuno formular o mais claramente possível as directrizes da nossa acção.
A atitude política da 'Ordem Nova' – Entendemos que a mudança de regime só é possível e será fecunda quando haja um escol capaz de impor à Nação os princípios salvadores, - isto é, capaz de estender a todos os benefícios que nos espíritos seleccionados tenha produzido a reforma intelectual e moral em que andamos empenhados.
Não escondemos a nossa simpatia pelo ‘Integralismo Lusitano’ cujas doutrinas inteiramente perfilhamos. Sustentamos, no entanto, que só depois de constituído o núcleo central, só depois de conseguida a minoria inteligente e activa, se poderá adoptar a fórmula 'Em primeiro lugar, a política' (...)
” [A. Neves da Costa, Pensamentos, palavras & obras, no 1, Março de 1926]

"O conservador tem da ordem unicamente o conceito policial e, conhece só os efeitos da desordem, porque a sofre fisicamente no seu corpo e haveres, mas infelizmente não tem o conhecimento correlativo das causas que geram a desordem. Por isso o conservador é o homem que preconiza a politica de panos quentes e de papas de linhaça, de preferência a uma politica cirúrgica de bisturi, é o homem que barafusta sobre a situação actual e não dá um passo para sair dela porque não está orientado para isso (...) Este bom burguês acredita em tudo que seja meias-tintas, tem horror ao que ele chama estupidamente o extremismo e mal aparece no seu horizonte uma besta superior em quantidade, logo salta de satisfação, chamando-lhe seu salvador, pondo-se de joelhos na sua frente, servindo-o e admirando-o babado de gozo.
É principalmente esta fauna conservadora que cria e sustenta os Messias que para aí aparecem (...)" [José Luís da Silva Dias, no 2, Abril de 1926]

"Violou-se a lei [Constituição de 1911, derrubada pelo 28 de Maio de 1926] sem hipocrisia, sem máscara. Ninguém pode negar aos ditadores uma coragem moral e um desassombro que os partidos políticos nunca tiveram (...) É por isso que aplaudimos a violação de quantas leis sejam necessárias violar, conquanto que se faça justiça ..." [Marcelo Caetano, no 11, Janeiro de 1927]

J.M.M.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

INTEGRALISMO LUSITANO


[Da esquerda para a direita, em pé: Ruy Ulrich, Hipólito Raposo, Luís de Almeida Braga e José Pequito Rebelo; sentados: António Sardinha, Vasco de Carvalho, Luís de Freitas Branco, Xavier Cordeiro e Alberto Monsaraz. Foto, in José Manuel Quintas, Filhos de Ramires. As Origens do Integralismo Lusitano, Nova Ática, 2004]

"... Originariamente católicos e monárquicos na sua grande maioria - e na totalidade, por conversão (...) -, os futuros integralistas bem cedo vieram a contactar com o movimento de Action Française e o pensamento de Charles Maurras, que viriam, por seu turno, a ter uma influência marcante e directa no desencadear da constituição do congénere movimento português. Por caminhos diversos - teóricos e práticos (...) -, confluíram primeiro, em 1914, num movimento doutrinário, em volta de uma revista [Alma Portuguesa. Órgão do Integralismo Lusitano, Bélgica, 1913 e pouco depois, em 1914, em Coimbra, sai a revista Nação Portuguesa], para bem depressa passarem em 1916 a movimento político, com organização própria [Junta Central do Integralismo Lusitano, organismo autónomo da Causa Monárquica]..."

[Manuel Braga da Cruz, Monárquicos e Republicanos no Estado Novo, Dom Quixote, 1986]

Algumas anotações sobre periódicos integralistas ou a eles ligados: Alma Portuguesa. Órgão do Integralismo Lusitano, II números (Maio e Setembro de 1913) / Os Meus Cadernos, de Mariotte (aliás Pe. Amadeu de Vasconcelos), Paris, Agosto de 1913 a 1916 / Aqui d'El-Rei , dir. João do Amaral, Lisboa, Fevereiro 1914 / Nação Portuguesa. Revista de Filosofia Política, dir. Alberto de Monsaraz, Coimbra, Janeiro de 1914 [I série 1914-1916 (XII numrs); II série, Julho 1922-1923 (XII numrs, dir. António Sardinha); III série, 1924-1926 (dir. A. Sardinha e depois, Manuel Múrias); IV série, 1926-1928 (dir. Manuel Múrias, sendo em 1927 secretário da revista, Marcello Caetano)] / jornal A Monarquia. Diário integralista da tarde, dir. Alberto de Monsaraz, (no1) 12 Fevereiro 1917 a 10 Fevereiro 1925] / Acção Realista, dir. Ernesto Gonçalves, 1921-1926) / semanário A Voz Nacional, dir. Luís Chaves, 1921 / Aqui d'El Rei. Órgão do Integralismo Lusitano a Província do Minho, dir. Alberto C. Menezes, 1922, XXV numrs / Acção Realista, dir. João Ameal, 1926 / A Revolução. Jornal Monárquico Sindicalista, dir. Sílvio Luso (aliás, Caetano dos Reis), no1, 5 Fevereiro 1922 ao no 22, Abril 1923 / revista Política. Órgão da Junta Escolar de Lisboa do Integralismo Lusitano, 1929-1930, XX numrs / Integralismo Lusitano, dir. Luís de Almeida Braga e Hipólito Raposo, 1932-1934, XII fasc. / Revolução. Diário Académico Nacionalista da Tarde, 1932-1933 / Revolução Nacional dos Trabalhadores, dir. António Tinoco, no 1, 4 Fevereiro de 1933 / Acção. Semanário da Vida Portuguesa, dir. Manuel Múrias, no1 (24 Abril 1941) ao no 422 (19 Maio 1949)

J.M.M.
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