Mostrar mensagens com a etiqueta 28 Maio 1926. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta 28 Maio 1926. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 26 de maio de 2015

CONFERÊNCIA – 0 28 DE MAIO, A DITADURA MILITAR E A MAÇONARIA



ORADOR: Prof. dr. Luís Bigotte Chorão;
DATA: 29 de Maio 2015 (19,00 horas);
LOCAL: Grémio Lusitano [Rua do Grémio Lusitano, no 25, Lisboa];
ORGANIZAÇÃO: Museu Maçónico Português [Ciclo “Sextas da Arte Real”]

“Tendo sido recorrente o fenómeno da interrupção da normalidade constitucional ao longo da História Contemporânea portuguesa, o Movimento de Maio de 1926 podia estar hoje exclusivamente registado nos anais pátrios como mais um desses momentos.

Certo é que as características genéticas desse Movimento acabaram por conferir-lhe excepcionais condições de sobrevivência.

A Ditadura Militar, nem sempre devidamente valorizada no plano historiográfico, inaugurada pelo Movimento de Maio de 1926, é essencial à compreensão do Estado Novo com o qual, porém, não deve ser confundida.

Decorridos 89 anos sobre o 28 de Maio, tem toda a pertinência assinalar esta data histórica, convocando a reflexão (sempre inacabada) sobre os factores de crise da I República, que estiveram na origem do Movimento que, iniciado naquela data, se desenvolveu até 9 de Julho seguinte através de uma sucessão de golpes de Estado e de decisões de autoridade, diferenciados pelas suas lideranças, processos e objectivos.

Para uma melhor compreensão dos anos da Ditadura Militar – que haveria de estabelecer-se em momento constituinte do Estado Novo – importará igualmente apurar a presença da maçonaria portuguesa no âmbito daquele complexo quadro histórico de então.

Contando com a vossa participação, apresento os meus cumprimentos.”

[Fernando Castel-Branco Sacramento - Director do Museu Maçónico Português]

J.M.M.

terça-feira, 29 de maio de 2012

RECORDANDO O 28 DE MAIO DE 1926


Nos tempos que correm, em que muitos criticam políticos, decisões, instituições não podemos deixar de relembrar que a Democracia, por muitos defeitos que possa ter e tem, deve ser protegida, aperfeiçoada e preservada.

A nossa curta experiência democrática, com 38 anos, parece fazer-nos esquecer que a experiência falhada da I República foi há muito tempo. O 28 de Maio foi uma revolta que aproveitou outras tentativas revolucionárias que foram abrindo caminho, propiciando a conspiração, criando uma teia de interesses que desejavam que a dita revolta acontecesse. A Revolução Nacional, como lhe chamou depois o Estado Novo, abriu caminho a uma Ditadura Militar que se transformou numa longa ditadura de 48 anos.

Os acontecimentos de 28 de Maio de 1926 foram recebidos pela população com alguma indiferença (tantos tinham sido os movimentos revolucionários até ali, aquele era simplesmente mais um), os políticos afastaram-se ou foram afastados por um conjunto de militares que tinha, entre si, ideias muito diferentes para o País e veja-se a complexidade do movimento que conhece três líderes diferentes num curto espaço de tempo: Gomes da Costa, Mendes Cabeçadas e Óscar Fragoso Carmona.

Um acontecimento que convém não fique esquecido, sobretudo para nos alertar para o caráter efémero que pode ter a Democracia.

[NOTA: Na imagem, a chegada de Gomes da Costa a Coimbra, na sua movimentação em direção a Lisboa, sendo aclamado pela Academia.]

A.A.B.M.

domingo, 24 de abril de 2011

CRUZADA NUN’ÁLVARES – PARTE III


Em 1920, o Congresso da República instituiu a “Festa do Patriotismo” e determinou o levantamento de um monumento ao beato Nun’Álvares. A 14 de Agosto de 1921 comemorou-se a “Festa da Pátria”, com a presença do presidente da República, e que teve participação de laicistas como Magalhães Lima a par de uma comissão de mulheres pertencentes à Cruzada Nacional Nuno Álvares Pereira. No Manifesto de 1921 da Cruzada Nun’Álvares [escrito por Trindade Coelho; subscrito por republicanos conservadores (António José de Almeida, Braamcamp Freire, Egas Moniz, Henrique Trindade Coelho, Alfredo de Sousa, Jacinto Nunes, Celestino de Almeida), por católicos sociais (cónegos Martins do Rego e José Dias Andrade), por monárquicos constitucionalistas (Mello Breyner, Anselmo da Andrade, Costa Mesquitela) e por monárquicos integralistas (Pequito Rebelo, Antonio Sarmento Brandão)] e no seu Manifesto de 1926 (sob a pena de Martinho Nobre de Melo) já se “descortinavam alguns traços da síntese ideológica do Estado Novo, expressa por Oliveira Salazar no discurso de 30 de Julho de 1930” [ver Ernesto Castro Leal, ibidem]

A 14 de Agosto de 1925 é lançada a primeira pedra do monumento, justamente no Jardim de Santos (Lisboa) o qual passou a denominar-se Praça D. Nun’Álvares. Com sede em Lisboa, a organização estende-se a todo o país. Em 1923 a Cruzada aponta já a Itália de Mussolini como modelo a adoptar [cf. João B. Serra, Da Republica ao Estado Novo]. Não espanta, portanto, o apoio dado ao movimento militar sedicioso de 18 de Abril de 1925 [chefiado por Sinel Cordes, Filomeno da Câmara e Raul Esteves], bem como o discurso nacionalista revolucionário que o formatava, a que se seguirá o dia triunfante de 28 de Maio de 1926, com Gomes da Costa [sidonista e membro da Cruzada Nun’Álvares], Mendes Cabeçadas e Óscar Carmona. De referir que Martinho Nobre de Melo, director da revista “Reconquista” a partir de 15 de Janeiro de 1926, escassos treze dias antes do 28 de Maio (no 6, de 15 de Maio de 1926) publica a foto de Gomes da Costa na primeira página da revista, com a legenda “Chefe nacional?” [cf. Ernesto Castro Leal; ver tb Luís Bigotte Chorão, op cit, p. 284].

As “experiências” tentadas pela Ditadura após o 28 de Maio, sempre com essa ideia estratégica da construção de uma “elite governamentalprovidencial, como foram a constituição da Milícia Nacional (1926), a União Nacional (1926-27) e a Vanguarda Nacional [1936, que com Afonso Miranda e o general Farinha Beirão propunham uma “dinâmica milicial” própria, mais tarde “absorvida” pela fundação da Legião Portuguesa], tiveram o apoio continuador da Cruzada ou do que dela restava, pois nunca esteve ausente do debate ideológico [ver Ernesto Castro Leal, ibidem]. Em 1928 a Cruzada Nun´Àlvares promove uma curiosa peregrinação a Fátima, dirigida pelo cónego Magalhães, onde estiveram presentes a comissão executiva da organização.

A organização extinguiu-se em 1938, dado estar em convergência com o ideário do Estado Novo, “reconhecendo a chefia pessoal de Oliveira Salazar” [Ernesto Castro Leal, ibidem].

Teve a Cruzada Nun’Álvares, além do seu Boletim, revistas ou órgãos doutrinários, como a “Cruzada Nacional Nun'Alvares” [no1, Novembro de 1922; com subtítulo, revista quinzenal e órgão oficial da Cruzada Nacional D. Nun'Álvares Pereira; Direcção: João Afonso de Miranda; Impressão: Tip. Garrett, Lisboa]; a “Revista Nacional" [no1, 15 de Maio de 1925 ao no2; com o subtítulo de Órgão Defensor da Cruzada Nacional Nun’Álvares Pereira; Director: João Afonso de Miranda]; a já citada revista “A Reconquista” [no1, 15 de Janeiro de 1926 ao no6, 15 de Maio de 1926; aparece com o subtítulo, Órgão da Cruzada Nacional Nun’Álvares e da Liga Operária e Académica do Condestável; Administrador: João Xavier de Paiva; Editor: António Bernardo da Fonseca Batista; Colaboradores: Afonso Lopes Vieira, Afonso Lucas, Américo Durão, Anselmo de Andrade, Filomeno da Câmara, Hipólito Raposo, Martinho Nobre de Melo, João Ameal, Redacção e Adm: Travessa S. Pedro de Alcântara, 15; Director: Martinho Nobre de Melo; Correspondência: Rua da Palma, 180, 1o, Lisboa]; e a revista “Galeria do Santo Condestável” [no1, 1929; publicação periódica da Cruzada Nacional Nun'Alvares; Direcção: F. M. Lobo da Costa].

FOTO: reprodução da revista "A Reconquista" (no1), retirada, com a devida vénia, da obra citada de Luís Bigotte Chorão, "A Crise da República e a Ditadura Militar", Sextante, 2009.

J.M.M.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

AS AMEAÇAS DO FASCISMO EM PORTUGAL


Pouco tempo antes da eclosão do 28 de Maio de 1926, a revolução era anunciada e antecipada em alguns órgãos de comunicação escrita do País.

Pelo conteúdo do texto que se segue, os boatos que circulavam em Portugal, nas vésperas da denominada "Revolução Nacional", faziam adivinhar uma revolta onde até já se sabia quem seriam os líderes, que modelo político iriam seguir e que exemplos procurariam para o nosso País. Muitos não quiseram acreditar, outros preferiram esperar e muitos ainda optaram por calar e, por isso, assim permanecemos durante meio século.

Estas convulsões do passado, estes sinais que iam passando para a opinião pública não foram suficientes para evitar a revolta que assinalamos nesta data, como se a memória do nosso passado não tivesse qualquer tipo de influência no futuro que vamos vivendo de forma desanimada e descrente.

Vejamos o que se dizia num jornal local em Março de 1926:

O Jornal de Portimão, Portimão, 28-03-1926, Ano I, No 34, p. 1, col. 2 a 4.

Fascismo?!

Como asa negra fatídica, paira sobre a terra portuguesa a ameaça de uma ditadura de carácter fascista.
Quem a prepara? A Cruzada Nun`Alvares, sob a chefia do Comandante Filomeno da Câmara e do Dr. Martinho Nobre de Melo.
Não sabemos com quem contam os apóstolos da “ideia nova”, mas cremos que o povo português, que sempre tem sabido mostrar a sua ânsia de liberdade, saberá conjurar o perigo que o ameaça naquilo que mais se deve prezar na vida - a liberdade de pensamento!
Inspirados no exemplo sublime de Mussolini e de Primo de Rivera, na sua obra sinistra de coacção e tirania, querem atirar para o país um movimento odioso de opressão, como se a ideia de liberdade dum povo retintamente democrata, pudesse assim algemar-se com irritantismos pedantes e desgraciosos!
Essa massa de povo conservador, que vai ser iludida na sua boa-fé, apoiando talvez esse movimento, supõe, porventura, que o fascismo é a maneira prática de cortar o avanço das ideias de democracia, quando é certo que o fascismo italiano não tem sido mais do que uma imitação, quiçá menos perfeita, do Bolchevismo russo, seu mestre e seu inspirador.
Isto mesmo o afirma Mussolini com as palavras pronunciadas na Câmara italiana:
-“Nós temos na Rússia excelentes professores. Não temos senão que imitar o que está sendo feito na Rússia. Eles - os homens dos soviets - são mestres excelentes; sigamos os seus exemplos.”
(...) A odiosa perseguição na Itália, com espancamentos, reptos, cacetadas, assassinatos, ordenados pelo fascismo, constitui a página mais vergonhosa e revoltante da história dos tempos modernos, a mais odiosa afronta feita aos princípios sagrados da Democracia e da Liberdade de pensamento!
Na Itália tudo tem de ser fascista! Quem o não for, quem não pactuar com a obra de opressão levada a cabo por um homem inteligente que a História registará como um dos maiores inimigos da Humanidade e da Ideia, não pode adormecer com a certeza de que no dia seguinte não terá o prédio destruído ou incendiado!
É esta obra deliciosa, de inefável doçura, que os dirigentes propagandistas da ideia nova nos querem oferecer! É esta infâmia que se quer levar a cabo na terra portuguesa de gente brava e indómita que não se curva a tiranias nem aceita escravidões!
Na Itália, confessemos, há um homem inteligente e forte que muito poderia ter feito de bom; porém, o pouco de bem que porventura tinha feito para o seu país, não pode ser considerado se o compararmos com o grande mal que tem feito à própria Itália e à Humanidade!
Mas em Portugal ainda há-de nascer o discípulo de Mussolini ... O movimento fascista em Portugal guiado por cérebros ocos e pulsos anémicos, será inevitavelmente a eclosão duma era anárquica, em que fascistas e não fascistas, irmanados na mesma febre de banditismo e torpeza, hão-de aniquilar totalmente tudo o que de democracia a política de gamela e compadrio tem deixado realizar!
Isto vai mau, vai péssimo! Mas não confiemos no messianismo fascista.
Dentro das bases da democracia procure-se a regeneração nacional! Prendam-se os criminosos, castiguem-se todas as infâmias e traição à República, à nação e à liberdade individual!
Avancemos! Para traz nem um passo!
“O fascismo é apenas um retorno ofensivo do passado”, escreveu há pouco Raul Proença, o maior e mais sincero jornalista republicano do presente!
Não pode ser perdido todo o esforço feito, todo o sangue derramado em prol da ideia sublime da Liberdade, o grande sol dos espíritos e grande triunfo da inteligência!
O povo português, conservador e não conservador, há-de saber erguer-se no momento do perigo e fazer a sua afirmação de fé inquebrantável nos destinos da Pátria pela acção da Democracia, sacudindo com bravura indómita toda e qualquer espécie de ditadura, quaisquer que sejam os ditadores! (...)


Passos Ponte"

[Para memória futura, como se diz actualmente]

A.A.B.M.

28 DE MAIO DE 1926


28 de Maio de 1926

"Em 28 de Outubro de 1922, em Portugal viviam-se as horas difíceis do pós-guerra e das tristes consequências da insurreição monárquica de 1919 a qual por sua vez, foi o epílogo do consulado sidonista, enquanto em Itália Mussolini ascendia rapidamente ao poder e o 'bluff' da marcha sobre Roma se propagava com foros de verdade incontroversa.

O problema do regime (Monarquia ou República) era o fulcro em torno do qual se desenrolavam ainda os principais episódios da vida política nacional e a derrota dos monárquicos afastara, aparentemente, a hipótese de um retorno ofensivo dos inimigos da República que, entretanto, se digladiavam em lutas caracterizadas por violência crescente.

Essa derrota, porém, em vez de unir os monárquicos agravou as suas divisões, enquanto fenómenos novos, de projecção internacional, entre os quais o advento do fascismo, relegavam para o 2o plano o duelo que, na década de 1910-1920, opusera os portugueses republicanos, de um lado, e monárquicos do outro. Neste contexto, Mussolini e o fascismo, decorriam uma névoa de choques a que os portugueses dos anos que precederam e se seguiram à marcha sobre Roma não atribuíram grande importância, embora ela ocultasse o regresso às actividades conspiratórias dos inimigos da República e da Democracia, enquanto no campo monárquico e no campo católico os inimigos da República se adaptavam à derrota e nela criavam forças para nova ofensiva a qual teve o seu ponto culminante no movimento militar de 28 de Maio de 1926, prólogo do salazarismo …”

[Carlos Ferrão, A História Secreta do Fascismo Português, in Diário Popular, 3/11/76 - sublinhados nossos]

Foto: O marechal Carmona e Oliveira Salazar na abertura solene da Assembleia Nacional (1935), por Amadeu Ferrari, in Arquivo Fotográfico.

J.M.M.

sábado, 12 de maio de 2007

O FASCISMO


Capa do panfleto de Raul Proença «O Fascismo e as suas repercussões em Portugal», separata do artigo publicado na Seara Nova, no 77 de 6 de Março de 1926.

[foto e texto - in Alberto Pedroso, Raul Proença: panfletário e jornalista de folhas clandestinas, Lisboa, sep. do Diário de Lisboa, no 21 453, 10/05/1984]

J.M.M.

domingo, 29 de abril de 2007

O 28 DE MAIO, OITENTA ANOS DEPOIS


O 28 de Maio Oitenta Anos Depois: contributos para uma reflexão.

Instituto de História e Teoria das Ideias da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e o Director do Teatro Académico de Gil Vicente, bem como o Prof. Dr. António Ventura que procederá à apresentação da obra.

Para mais informações ver

- General Gomes da Costa (Nasce em Lisboa em 14-1-1863, comandante militar do CEP durante a I Guerra Mundial, adere ao movimento revolucionário só a 25 de Maio de 1926, apesar de ter sido convidado em Fevereiro desse ano por Mendes Cabeçadas; em 17 de Junho desse ano depõe Mendes Cabeçadas e a 9 de Julho ele próprio é deposto por Fragoso Carmona; a 11 de Julho parte para o exílio nos Açores; regressa a Lisboa em 21 de Novembro de 1927 e morre a 17 de Dezembro de 1929)



- Almirante José Mendes Cabeçadas (Nasce em Loulé a 19-8-1883, republicano, fundador da República, iniciado na Maçonaria em Lisboa, na Loja Pureza, com o nome de Adamastor em 4-4-1911; em 19-7-1925 revolta-se a bordo do cruzador Vasco da Gama; em Março de 1926 adere à União Liberal Republicana de Cunha Leal; na mesma altura contacta o general Alves Roçadas para liderar o movimento militar que estava a ser preparado; em 31-5-1926 recebe de Bernardino Machado o poder presidencial e de chefe de governo; em 1945 adere ao MUD; em 14-7-1947 é reformado compulsivamente e em 22-6-1947 é preso acusado de presidir à Junta Militar que tentara realizar o golpe frustrado de 10 de Abril; morre em Lisboa em 11-6-1965).


- Óscar Fragoso Carmona(Nasce em Lisboa a 24-11-1869; apoia Sidónio Pais durante o seu consulado e é nomeado comandante da Escola Prática de Cavalaria de Torres Novas; assume a função de Ministro dos Negócios Estrangeiros em Junho de 1926 e no mês seguinte começa a desempenhar o cargo de presidente do Ministéri; em 1928 foi eleito Presidente da República; morre em Lisboa a 18-04-1951).

- José Augusto Alves Roçadas (Nasce em Vila Real, em 6 de Abril de 1865;morreu em 28 de Junho de 1926 [Corrigenda: leia-se 28 de Abril de 1926].Desde o seu regresso ao continente, fez parte do grupo que em torno de Sinel de Cordes, preparou a conspiração que levou ao golpe de 28 de Maio de 1926, sendo o chefe indicado para tomar o poder mas a sua doença afastou-o das ocorrências)



- Francisco Pinto da Cunha Leal (Nasce em Pedrógão, Penamacor, a 22 de Agosto de 1888; morre em Lisboa, a 26 de Abril de 1970)
[Apoiante do golpe de estado de 28 de Maio de 1926, foi escolhido para vice-governador do Banco Nacional Ultramarino, mas a eternização da ditadura leva-o para a oposição ao regime militar]

- Francisco Rolão Preto (nasceu no Gavião, em 12 de Fevereiro de 1896 e morreu em Lisboa em 18 de Dezembro de 1977. Foi um dos fundadores do Integralismo Lusitano, e «Chefe» do Nacional-Sindicalismo português.
Foi também o redactor dos 12 pontos do documento distribuído em Braga no começo do movimento militar de 28 de Maio de 1926, que instaurou a ditadura militar.
Em 1930, dirigiu com David Neto e outros sidonistas a Liga Nacional 28 de Maio, grupo de origem universitária, que se auto proclamara defensora da Revolução Nacional.)

- David Rodrigues Neto (nasceu em Algoz –Silves, a 31-3-1895, assentou praça em 1916, combateu em França, tendo sido feito prisioneiro dos alemães na Batalha de La Lys. Participou activamente na conspiração que conduziu ao golpe de 18 de Abril de 1925, colaborou ainda no denominado o “golpe dos Fifis”. Formou-se em Direito em 1926. Tomou parte activa na preparação do 28 de Maio e na repressão das revoltas de Fevereiro de 1927. Afastando-se do regime salazarista encontramo-lo anos mais tarde a apoiar a candidatura de Quintão Meireles, e, em 1958, participa na campanha do general Delgado. Faleceu em Portimão em 1971).

- Sinel de Cordes (militar participou no CEP, companheiro de o general Gomes da Costa na frente de batalha europeia, participante no 18 de Abril de 1925, foi chefe de gabinete do ex-Ministro Sebastião Teles, considerado um dos mentores da revolta de Maio)

- Filomeno da Câmara (republicano, colonialista, governador de Timor, foi um dos líderes da conspiração de 18 de Abril, no início da revolta parte de Lisboa para o Porto onde consegue a adesão dos líderes militares da cidade)

- Aníbal Lúcio de Azevedo (Nasceu em Lagos em 13-11-1876; obteve a sua formação em engenharia; foi presidente do Conselho Administrativo da Casa da Moeda, republicano, assumiu as funções de deputado e de ministro do Comércio em 1920; faleceu em 14-1-1952, em Queluz)

- Henrique Trindade Coelho (Nasce em 1-7-1885, advogado, jornalista; foi director do jornal O Século; foi também ministro de Portugal em Roma e junto do Vaticano; foi um dos fundadores da Cruzada Nun' Álvares-1921- e apoiou a revolução de Maio de 1926; faleceu em Sintra a8-10-1934)

- José Raúl Esteves [corrigenda: Raúl Augusto Esteves](foi considerado um dos mentores do 28 de Maio, porque esteve preso no Forte de Graça em Elvas, com Sinel de Cordes e Filomeno da Câmara que tinham participado na tentativa de 18 de Abril, tendo negociado com Luiz Charters de Azevedo um dos chefes civis da revolta de 28 de Maio).

- coronel Abílio Augusto Valdez de Passos e Sousa ( nasceu em 1881, combatente na Grande Guerra, após a consolidação da Ditadura Militar torna-se Chefe de Estado Maior do Exército; desempenhava as funções de governador do Forte da Graça, em Elvas, quando estiveram Sinel de Cordes, Filomeno da Câmara e Raúl Esteves estavam presos. Faleceu em 1966.)

- Luíz Charters de Azevedo (principal elemento civil da Revolução de 28 de Maio, conspirou para libertar os envolvidos na conspiração dos “Fifis”)

- Manuel Múrias

Participaram também:

- tenente Carlos de Vilhena;
- Meira e Sousa;
- Armando de Ochôa;
- João Pereira de Carvalho;
- Jaime Baptista;
- Tenente Mata e Silva;
- Tenente Lavoura;
- Tenente Urbano Valente;
- Tenente Marquês de Ficalho;
- Major Miguel Bacelar;
- Carlos Jacques (funcionário superior dos Correios e Telégrafos);
- Carlos de Oliveira (pertencia ao grupo conspirador civil que funcionava junto do jornal O Século);
- Miguel Couto (foi em sua casa que Gomes da Costa, se encontrou o major Mendes Norton, capitão Quadro Flores, capitão Pires de Campos, capitão Frazão, Gonçalves da Silva que constituíam o comité de Braga);
- Tenente Marquês de Ficalho;
- Dr. Alberto Cruz (médico).

Foto: Primeiro Conselho de Ministros (7 de Junho, presidido por Mendes Cabeçadas e que faziam parte Gomes da Costa e Óscar Carmona. Foto da Revista do Povo, no9, Fevereiro de 1975]

[Corrigendas realizadas no dia 26/04/2007: solicitados por LBC, que muito agradecemos, procedemos a duas corrigendas no nosso trabalho que vêm devidamente assinaladas. O nosso agradecimento aos leitores como LBC que nos lêem com atenção e nos corrigem alguns erros.]

A.A.B.M.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

domingo, 22 de abril de 2007

DESFILE DOS TRAÍDOS - POR RAUL PROENÇA



Desfile dos Traídos - por Raul Proença

No silêncio e na meia luz do meu gabinete, passa agora por mim, lenta, grave, silenciosa, a legião dos traídos. Passam por mim, debruçam-se sôbre o que escrevo, olham-me nos olhos, penetram-me na consciência. São todos os que sonharam, e viram desfeito o seu sonho; os que morreram, e viram a sua morte inútil; os que esperam, e vão vendo a sua esperança vã.
Vem aquêle que, ao caír em pleno combate, teve a coragem heróica de mergulhar a mão no próprio sangue, e traçar num muro, com essa vermelha tinta ainda fremente, o último grito do seu amor. Passa - e dir-se hia interrogar-me se não sou capaz de escrever também com o próprio sangue.
Vem aquêle que, em tempos de demagogia e reacção, numa casa fechada, atacada a tiro e à bomba, eu vi morrer a meus pés. Os seus grandes olhos absortos abriam-se pávidos, enormes, no espanto de aquela incomensurável infâmia e de aquela incompreensível expiação. Passa - e vejo os seus olhos desmesurados cravados sôbre mim, inquirindo se desfaleço, se tremo, se hesito, se não sou digno de si e do seu martírio. Não, não hesito, velho operário, mártire obscuro, que nessa noite trágica deixaste o teu lugar ocupado pela orfandade e pela viuvez. Eu não me esqueço, sou feito de forma que, mesmo que queira, não posso esquecer. Nunca me desampara o protesto eterno dos teus olhos.

Vem aquêle que, ao ser proclamada a República, expirou dizendo: - Trazia-a dentro do peito! Morreu na dor da sua imensa alegria, e foi talvez o mais feliz de nós todos, porque viu o seu ideal realizado no momento do Génesis, sem queda venal nem pecado original - puro como o sonhara. Passa - e o seu olhar abismado parece dizer: - que fizeram dela? Que fizeram dela? Tê-la hia eu por acaso levado no peito?
E depois vem o imenso tropel dos Vivos - dos Vivos que verdadeiramente querem viver - a vida humana, a vida nobre, a vida do espírito - todos êsses fragmentos de esperança disseminados pelo grande corpo de Portugal, que esperam o momento de se ligar, de se unir, de reconstituir o feixe partido.

Passam - e não sou eu, mas todos eles, que falam pela minha bôca, que pedem o castigo dêste enorme crime, o eclipse desta funda vergonha, o resgate dêste opróbrio, a vitória da sua fé. Passam - e é o próprio futuro de Portugal que passa, com os olhos banhados já na claridade ténue da ante-manhã …

Podeis, pois, abafar a minha voz. A palavra foi solta, e, abafada agora em mim, vai multiplicar-se ... crescer ... fulminar-vos ... E a de todos os que iludistes, os que traístes, os que envergonhastes - de todos os que não desesperam nunca, porque porfiam sempre, como homens - a da Pátria, afinal, querendo perdurar, querendo viver, querendo purificar-se, querendo salvar-se ..."

[Raul Proença, Desfile dos Traídos, in Panfletos. A Ditadura Militar, 10-20 Novembro de 1926, p. 74-76]

J.M.M.

GOLPE MILITAR DE 28 DE MAIO DE 1926


O general Gomes da Costa e o almirante Mendes Cabeçadas passam revista às tropas antes do avanço sobre Lisboa.

Foto, in Arquivo Fotográfico

J.M.M.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

28 DE MAIO DE 1926


Cartaz comemorativo do 28o Aniversário da revolução de 28 de Maio de 1926 (1954). Figuras: Óscar Carmona, Oliveira Salazar e Craveiro Lopes.

Foto de Amadeu Ferrari, in Arquivo Fotográfico

J.M.M.
Subscrever: Mensagens (Atom)

AltStyle によって変換されたページ (->オリジナル) /