Revista de Antropofagia
Revista de Antropofagia foi uma revistinha que foi a principal publicação do Movimento Antropofágico, o mais famosinho dos modernistas da geração de 22, com a liderança de Osvaldo de Andrade, Cornila do Amaral e Raul Bofe. Teve duas fases distintas (ou "duas dentições", como eles mesmo diziam de si): a fase dos dentes de leite, com dez publicações entre maio de 1928 a fevereiro de 1929, comandada por Ao Cântaro Machado e Raul Bofe; e a dos dentes de osso, entre 17 de março de 1929 a 1 de agosto de 1929 com 15 números anexos ao Diário de São Paulo e sob a liderança de Geraldo Ferraz.
Conteúdo[editar ]
Basicamente o conteúdo lembrava um bocado a Klaxon e outras revistinhas modernistas da época: um monte de poesia desconexa (agora com elementos bem mais doidivanas que nunca, sugerindo deglutir de fato os seres humanos como os tupinambás faziam e assim absorver todo o conhecimento deles. Dentre essas poesias, a mais infame foi No Meio do Caminho Tinha uma Pedra , a estreia do Carlos Drummond de Andrade no mundo dos poetas porra-loucas, já prenunciando a Geração de 30 e seus poetas mais espiritualistas (tipo o Murilo Mendes que também apareceu pela primeira vez por aí) ou, como no caso do Carlito, mais emocores e lamentadores da sua própria (má) sorte. Outros
Também rolavam textos de prosa por lá, como testículos, digo textinhos de Augusto Meyer, Pedro Nava e, acredite se quiser, os traíras da Escola da Anta Menotti Del Picchia e... Plínio Salgado! Bem, esse não ficou muito tempo porque queria dar uma de subversivo reverso e ficar falando suas abobrinhas por todo o espaço possível.
Também apareciam críticas literárias, anúncios de saraus e exposições, esboços de pinturas (como a Antropofagia e a Abaporu , ambas da Tarsila) e uns cartuns e caricaturas (boa parte criadas pela gostosinha e novinha da turma, a Pagu (削除) aquela que faria a Tarsila tomar no cu (削除ここまで)), dentre outras demonstrações antiartísticas que dizem que fizeram o Monteiro Lobato ter um infarto a cada novo número publicado. Não a toa durou pouco mais de um ano essa budega, afinal ficar lendo esse tipo de coisas devia causar um desejo meio Armin Meiwes ou Jeffrey Dahmer da vida e isso não dava nem um pouco certo pra ninguém que passasse por perto...