sábado, março 29, 2008
O Congresso Evolucionista III - Vãs palavras
Sempre que António José de Almeida usa da palavra, apenas o consegue fazer após longos minutos de efusivos aplausos. No seu discurso final, e certamente arrebatado pela audiência. António José afirma que " O Partido Evolucionista é uma agremiação política, mas também é uma religião." Continua o seu discurso atacando sem dói nem piedade Afonso Costa e Brito Camacho e termina com dificuldade os seu discurso, devido aos aplausos dos assistentes propondo uma moção de apoio a Pimenta de Castro, a qual foi aprovada por unanimidade.
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terça-feira, março 25, 2008
O Congresso Evolucionista II - António José discursa
Foto de Benoliel – Arquivo fotográfico da C.M.L.
"Pode o governo estar na ilegalidade, mas esta ilegalidade, tem por fim salvar a Pátria e a República". António José ataca fortemente os Democráticos de Afonso Costa dizendo "Aqueles que o combatem (O Governo) fazem alarde de uma ilegalidade mentirosa pelas frinchas da qual entram todos os crimes".
Escreve a Capital que estas palavras foram proferidas com extraordinária violência. Segundo António José, "Os evolucionistas apoiam o governo, porque á sua frente está um homem honrado e que lhe merece toda a sua confiança". António José termina o discurso propondo Simas Machado para presidente da mesa do congresso, ao qual se segue uma chuva de aplausos que dura vário minutos.
O Discurso de Simas Machado
Simas Machado começa por agradecer a nomeação para presidente da mesa do congresso e explica que a sua decisão em aderir ao Partido Evolucionista foi motivada às opressões e enxovalhos que António José de Almeida foi vítima no Porto.
Para Simas Machado o congresso servia para o Partido Evolucionista provar ao país que era um partido de governo.
Para Simas, a republica tinha-se transviado e era necessário levá-la para o caminho correcto:
- Suavizar a lei de separação;
- Modificar a lei do registo civil;
- Reformar, em bases sólidas o exército.
Os restantes discursos, para além de mútuos elogios defendem a revogação da Lei da Separação e sua substituição por uma concordata e a Liga Naval propõe uma lei eleitoral no qual o recenseamento fosse o mais alargado possível.
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segunda-feira, março 24, 2008
O Congresso Evolucionista I
Chegam os Marechais do Partido – Mesquita Carvalho, Júlio Martins, Simas Machado, Arnaldo Bigote, Celestino de Almeida, Trindade Coelho assiste ao congresso do primeiro balcão.
No "Foyer" vendem-se retratos de António José de Almeida e de ... Pimenta da Castro.
Diz o mesmo Jornal que Antero de Figueiredo, parece meditar num novo livro, de tão alheio se mostrava ao desenrolar do congresso.
A entrada de António José de Almeida no palco, provoca longos minutos de aplausos entusiásticos.
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terça-feira, março 04, 2008
Recenseamento a passo de caracol
Meu Exmo. Amigo
Aqui me conservo, por enquanto, visto ter requerido para ir à junta.
Quero ver, até onde chega a perseguição do Justino, Assis e cia. Limitada.
E, dizem, que fizeram um movimento para que os civis não interferissem na tropa!! Pois eu sei que os meus camaradas todos, embora alguns com pouca vontade, da guarnição fizeram sentir o seu desgosto para o Ministro da Guerra. Logo e concerteza, fará de nós monárquicos e conspiradores.
A isto chegamos.
Resistirei e se chegar o açoite, vir-me-hei embora desta coisa, ainda que a desgraça me bata à Porta.
Isto vai ao fundo e já não há dúvidas.
Hoje, violentamente e sem o mais pequeno pretexto, foi dissolvida a câmara daqui.
Quem mais manda aqui no Distrito é o Manuel Tomás e filho.
Meu caro amigo
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sábado, março 01, 2008
Amuos
Meu prezado Amigo
Recebi a sua carta e escrevo-lhe esta para o demover da resolução em que está de não vir ao congresso.
É indispensável que V.Ex.a assista a essa reunião do nosso partido porque se a questão do número é muito importante, a questão da qualidade não o é menos. E o meu amigo ao aumentar a quantidade em mais um, aumenta a qualidade em mais mil.
Peço-lhe pois encarecidamente que disponha as suas coisas e apareça cá ainda que não seja senão de passagem.
Desculpe a impertinência e creia-me sempre na amizade sincera do seu dedicado amigo
António José de Almeida
P.S. – peço-lhe que insista junto do Carvalho Mourão e outros amigos de maior relevo para que não faltem
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